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O CONVITE

Minha mãe e eu sempre fomos muito próximas, por isso nos conhecemos muito bem.
Ela fez o Caminho de Santiago de Compostela em 2001 e voltou de lá muito diferente do q eu a conhecia.

Mais calma, condescendente, paciente, compreensiva, tranquila, alegre, + em paz… E isso me deixou bastante curiosa… Porque ela estava tão diferente? Será q isso vai afetar nossa relação? Eu pensava q iríamos nos afastar por não estarmos mais na mesma frequência.

Ela me contou sobre o Caminho e q tinha gostado tanto de caminhar q iria fazer + vezes, e no Brasil, já q na época, alguns caminhos estavam nascendo por aqui.

Eu pensei ok… Bom pra você, mas nunca pensei em ir.

Ela juntou mais duas amigas brasileiras q tinha conhecido em Santiago, elas definiram uma data a Creu (mãe) me convidou para ir. Elas iam dar a volta na ilha de Florianópolis a pé!

Eu só falei assim: “Peraí, deixa ver se eu entendi… Você está me convidando para colocar uma mochila nas costas com um peso considerável que eu vou ter que carregar, para andar por dias, no sol, na chuva, ou como estiver o tempo, e parar em lugares desconhecidos para dormir, conviver com as mesmas pessoas por dias e dias sem saber como são seus hábitos e se batem com os meus? É isso?”

Era isso!

Eu falei “não, obrigada!” e pensava q elas eram loucas…

Passei algum tempo pensando e consegui chegar nisso: Minha mãe e eu éramos próximas, ela foi fazer esse Caminho de Santiago e viveu coisas, voltou diferente, não nos relacionamos + da mesma forma, ela viveu coisas no Caminho q nos distanciou, eu prezo muito nossa união e não quero ficar distante dela, então é melhor eu aceitar esse convite de caminhar para poder entender o q ela viveu e de repente recuperar nossa proximidade.

Decidi ir! 🤩